Demanda por automação dispara no Brasil e aquece mercado de trabalho com salários que chegam a 30 mil

Crédito: banco de dados do Canva

Mercado aquecido, salários altos e poucos profissionais: por que a automação virou a bola da vez

A digitalização acelerada de processos empresariais aumentou a procura por profissionais capazes de estruturar fluxos automatizados e integrar ferramentas tecnológicas nas empresas brasileiras. O gestor de automação, função ainda recente no mercado, tem ganhado espaço em setores que buscam reduzir custos, melhorar a eficiência e escalar resultados. A tendência acompanha o avanço de tecnologias como inteligência artificial e plataformas de integração de sistemas.

Segundo dados do portal Glassdoor, um gerente de automação contratado no regime CLT recebe, em média, R$ 12 mil mensais, podendo ultrapassar os R$ 17 mil em empresas de grande porte. No entanto, profissionais que atuam como autônomos e oferecem pacotes de automação para pequenas e médias empresas já relatam faturamentos mensais acima de R$ 30 mil.

Luciana Papini, especialista em automação e responsável pela capacitação de mais de 5.700 profissionais na área, afirma que o setor responde à necessidade crescente de soluções que eliminem tarefas manuais e tornem as operações mais estratégicas. “Hoje, as empresas precisam operar com agilidade e personalização. A automação permite isso com baixo custo operacional”, afirma.

A atuação do gestor de automação envolve a criação de fluxos que otimizam o atendimento ao cliente, vendas, recuperação de leads e integração entre diferentes plataformas. “Mais do que operar ferramentas, o profissional precisa ter visão de negócio. O diferencial está em entender os processos da empresa e aplicar soluções que gerem retorno direto”, explica Luciana.

A escassez de mão de obra qualificada, aliada à expansão das tecnologias de automação, elevou o interesse por esse tipo de profissional. Áreas como marketing, financeiro, controle de estoque e suporte ao cliente são as mais impactadas pelas soluções automatizadas. Segundo a especialista, até microempreendedores individuais (MEIs) já utilizam automações simples para organizar tarefas e melhorar o desempenho do negócio.

“A automação deixou de ser restrita às grandes empresas. Hoje, até pequenos negócios conseguem aplicar soluções acessíveis e perceber ganhos reais no faturamento. O que falta, muitas vezes, é alguém que saiba estruturar esses processos de forma inteligente”, observa.

Para Luciana, a tendência é que a automação cubra etapas cada vez mais amplas da jornada do cliente, desde o primeiro contato até o pós-venda. “Quem se adianta nessa transformação tecnológica, independentemente do porte da empresa, terá maior vantagem competitiva nos próximos anos”, afirma.

A profissão tem atraído tanto quem busca transição de carreira quanto profissionais da área de tecnologia que desejam empreender. Com um mercado ainda carente de especialistas, os salários altos refletem o desequilíbrio entre oferta e demanda.

“As empresas estão prontas. As ferramentas também. O que ainda falta são profissionais qualificados para atender a essa nova demanda”, conclui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *